Nesta minha deslocação a Vila Real foi ainda possível deambular pela cidade visitando e observando alguns dos seus edifícios.
Consegui entrar na Igreja de São Domingos, actual Sé, mandada erguer, juntamente com o convento com o mesmo nome, no séc. XV, por ordem dos religiosos de São Domingos, de Guimarães. A nível arquitectónico recebe influências de dois estilos: o Românico, que é o mais visível, bem patente na robustez e austeridade das suas linhas, e o Gótico. Na sua fachada podem ver-se imagens de S. Domingos, e S. Francisco de Assis. O incêndio que sofreu em 1837 dizimou a maior parte do património que possuía no seu interior. A torre foi acrescentada no séc. XVIII.
Bem no largo da Câmara Municipal fica a “Casa de Diogo Cão”, cuja construção se pensa datar do séc. XV e onde, segundo diz a tradição, terá nascido Diogo Cão, o Navegador enviado por D. João II em viagens de descobrimento para a ocidental Africana.
Subindo a avenida principal é impossível não reparar nas ameias e na janela geminada de estilo manuelino que ainda se conserva na Casa dos Marqueses de Vila Real onde habitou a família dos Marqueses de Vila Real, caída em desgraça pelo seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641.
Junto do hotel fica a Capela da Misericórdia construída em 1532, foi custeada por D. Pedro de Castro, e a sua forma mantém-se igual à original, embora o seu interior tenha sido alvo de várias alterações. Na sua fachada desenvolve-se o pórtico em arco de volta perfeita, ladeada pelos falsos colunelos que se pensa terem sido introduzidos no séc. XVII.
No coração do centro histórico fica a Igreja de São Paulo também conhecida por Capela Nova que ostenta de forma singela a sua imponência, entre ruas com um cariz tradicional. Mandada edificar pela Irmandade de São Paulo, em 1639, a sua traça é atribuída a Nicolau Nasoni, e revela marcas típicas do Barroco: exteriormente, frontaria trabalhada, com majestosas colunas de cada lado do pórtico, frontão contra curvado com elementos dinâmicos, encimado pela estátua de São Pedro segurando a cruz papal, ladeado por dois anjos. Relativamente ao interior (que não pude visitar), destacam-se o altar-mor e capelas laterais em talha dourada, e os azulejos representando cenas da vida de São Pedro e São Paulo.
O meu passeio levou-me ainda até à Igreja de S. Pedro, um dos melhores exemplos religiosos do estilo barroco em Vila Real. Ao edifício original, construído em 1528, foram sendo introduzidas alterações de vária ordem ao longo do tempo, até apresentar a forma que hoje assume. De entre essas alterações, a maior parte delas feitas no séc. XVIII (daí se assumir de estilo Barroco) são de destacar os azulejos da capela-mor, a introdução de painéis no tecto, e a construção da fachada. À riqueza do interior, soma-se a decoração abundante da fachada, com duas imponentes torres sineiras, que fazem desta Igreja o único exemplar deste tipo no centro histórico de Vila Real. Esta riqueza interior foi impossível de comprovar pois a mesma, assim como outras capelas se encontravam encerradas.
O resto terei que descobrir numa próxima visita :)
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