Designer de jóias ...

... reinventa a filigrana e brilha no estrangeiro.




Filipa Oliveira é designer de jóias e venceu, recentemente, um importante prémio em Inglaterra. "Inovação" e "tradição" são as palavras-chave do trabalho desta portuguesa que já alcançou o reconhecimento, recebendo elogios da editora da "Vogue" britânica. Tem apenas 25 anos, mas o seu brilho já se vê no mundo da joalharia. Através da Internet, a jovem candidatou-se a três universidades na esperança de "ter contacto com novas culturas e acesso a novas técnicas e formas de fazer joalharia". Filipa foi aceite nas três e a Escócia foi o destino escolhido: ingressou no curso "Jewellery & Metal Design", na Universidade de Dundee.

Actualmente, Filipa Oliveira, recém-licenciada, é uma das designers mais promissoras no mundo das jóias. As peças criadas pela jovem portuguesa "transmitem a alma do passado e do presente", descreve a designer, destinando-se a pessoas que procuram inovação mas que, ao mesmo tempo, têm paixão pelo que é tradicionalmente português. Com base nesta ligação, surgiu a colecção Black Preciousness, o projecto final de curso, onde Filipa Oliveira utilizou ouro e prata, mas, sobretudo, um material especial. "A inspiração para esta colecção foi, sem sombra de dúvida, a filigrana portuguesa", refere a jovem designer, explicando que sempre foi "apaixonada" por este material e que, além disso, considerava ser necessário inová-lo, pretendendo conferir-lhes um "novo look". Durante cinco meses, a designer trabalhou na colecção Black Preciousness, que, no final do curso, valeu a Filipa Oliveira o "New Designers Goldsmiths Company Jewellery Award", um prémio atribuído ao melhor aluno finalista nesta área de todas as universidades britânicas e que representa uma compensação de mil libras (1.500 euros).


Mas não foram apenas as universidades a reparar no talento da jovem portuguesa. Para a editora da revista "Vogue" na Grã-Bretanha, Carol Wooton, Filipa Oliveira é um nome a fixar, demonstrando, nas suas jóias, "um olhar contemporâneo, estudando as técnicas tradicionais e a história". Aliás, já em 2006 a jovem designer, então com 20 anos, recebeu a medalha de ouro no "Portuguese National Skills Competition" em Joalharia, tendo representado Portugal no ano seguinte, no Japão, no Worldskills Competition.

Encontrar e conseguir transmitir uma relação entre o passado e o presente, o tradicional e contemporâneo, através dos traços e linhas das jóias não é fácil. "Eu chamo ao meu trabalho contemporâneo e as pessoas também o apelidam assim", refere a designer. Filipa explica que as suas peças de joalharia são "algo que foi inspirado no tradicional, no passado", mas "alterado para os tempos actuais, o presente". O desejo de encontrar uma harmonia entre os dois conceitos pode ser explicado olhando para as origens da designer portuguesa. Foi com a mãe que Filipa se apercebeu do brilho das jóias. "Quando tinha apenas nove anos, a minha mãe ensinou-me a fazer pequenos colares com missangas", conta a jovem, acrescentando que "com os anos, evoluíram para peças mais complexas e uso de novos materiais""A tradição é algo que me inspira porque está intimamente ligada ao artesanato português", esclarece, contando que chegou a participar em Feiras de Artesanato.

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